Daniel Jose vs "Viriatovitch", Open de Andorra 2009 - Foto FEVA
Não há nenhum discurso politico que resista a mau xadrez.
O Open de Andorra, edição 2009, correu muito mal em termos desportivos à comitiva portuguesa.
O Paulo Costa, descobriu já um pouco tarde que para se competir contra esta gente tem de se jogar "à portuguesa";
tentar atacar forte e feio e lutar pela iniciativa assim que fôr possivel.
Em conversa, concluimos os dois da vital importancia de disputar, com pouco tempo de antecedência, uma outra competição de força semelhante.
A ideia é chegar a este torneio preparados para a dureza posicional dos adversários.
No meu caso, era para ter sido Benasque 2009, que decorreu de 03 a 12 de Julho e que só não foi por problemas a nivel profissional.
O António Russo, já vinha com ela fisgada e alguns foram os "barretes" conseguidos e muitos mais os tentados.
António Russo - Viriatovitch Chess
Pecou, pela falta de tabuleiro, inibidora de uma percepção do perigo mais apurada.
Em Maio, ele tinha participado na edição deste ano, do torneio do Hotel D. Luis em Coimbra. Uma vez mais, para encurtar intervalos de tempo, ainda teria que ter jogado uma outra competição em Junho ou incio de Julho.
Pequei pelo mesmo mal, pensando que o Open de Salou em que participei em Maio já me daria algum traquejo para defrontar xadrezistas que fazem em média 7 torneios por ano...
O Paulo Rocha, é relativamente novo nestas andanças.
Nada lhe pode ser exigido, a não ser que o seu amor pelo xadrez se mantenha por muitos e bons anos.
Em relação a mim, continuo assustado com os meus sacrificios de miragem que me fazem deitar fora boas posições.
O Rui Damaso, disse-me o ano passado em Portugal que eu tentava jogar táctico.
Pois...tentar é a forma correcta de descrever um jogo normalmente demasiado agressivo para o que se passa no tabuleiro.
Só que, quem quer jogar na corda-bamba tem de ver tudo ou quase e infelizmente tenho dias onde o melhor que fazia era jogar tranquilamente em vez de me armar em herói.
Resumindo, notei no Paulo Costa algum tempo gasto para se adaptar e jogar o estilo de jogo mais conveniente para defrontar esta gente.
É que a competição em Portugal não prepara para embates como este !
Aliás, competição que ao nivel de partidas lentas quase não existe e menos ainda a um nivel competitivo forte.
No Open de Andorra perde-se uma partida e pode tocar jogar a seguinte com um oponente ainda mais forte que o anterior !
No António Russo, alguma falta de preparação nas aberturas e planificação das partidas.
Bem, pelo menos, foi o único dos visitantes portugueses que chegou a ver alguma coisa de Andorra como turista.
Em mim, nas aberturas ainda tenho muitos pontos a melhorar.
A necessidade urgente de avaliar correctamente o que se passa no tabuleiro e o treino indispensável para melhorar o cálculo no meio-jogo, de forma a não achar que tenho vários caminhos para ganhar igualmente bons, será prioridade nos próximos meses.
Em termos pessoais, não tenho nenhuma dúvida que perdi uma boa oportunidade de fazer um bom torneio. Estendo esta observação ao Paulo Costa e António Russo.
À 5ª ronda levava 3 pontos e nas restantes 4 sessões que faltavam, conseguir mais 1,5 a 2 pontos estava perfeitamente ao meu alcance.
Atrevia-me a dizer que ter defrontado 3 xadrezistas indianos não me ajudou.
Perdi na 1ª ronda contra uma WGM, de nome Eesha Karavade, 2386 elo FIDE.
De xadrez sólido e grande velocidade de execução, a xadrezista indiana não teve nenhuma dificuldade em conseguir o ponto, mais ainda por eu ter revelado grande indecisão na escolha de um plano de jogo, caindo facilmente em desvantagem.
Na 3ª sessão, com um puto maravilha, que daqui a poucos anos seguramente pertencerá à elite mundial, dei luta !
Em apuros de tempo para ambos os lados, acabei por não conseguir encontrar sempre o melhor lance possivel, num jogo agudo e de cortar a respiração.
Os últimos 20 lances da partida foram efectuados na contagem decrescente dos 30 segundos, à espera de jogar e receber outros 30 !
Eis, a foto consentida pelo jovem prodigio para o Viriatovitch Chess.
Khosla Shiven, 13 anos, 2235 FIDE - Viriatovitch Chess
Na ronda 6, outro indiano !
E veio daqui o descalabro.
Parecia-me inacreditável !
Com representantes de 22 Paises, já ia no terceiro xadrezista oriundo das terras do Campeão do Mundo "Vishy" Anand !
Foi esta a partida que virou o torneio contra mim;
Aniruddha Deshpande, 20 anos, 2211 FIDE - Viriatovitch Chess
Ao pensar estar a sacrificar um bispo por um peão do roque curto do meu adversário, na adrenalina da luta, passa-me por alto,
que afinal o bispo que estou a sacrificar...são 2 !
Este foi o erro mais grave que cometi durante todo o Open e veio na pior altura.
Fiquei sem peças suficientes para atacar convenientemente o rei inimigo e abatido abandonei pouco depois.
Chego à 7ª ronda, onde defronto um amigo do meu clube em Andorra (GEVA), que já me conhece o suficiente para não arriscar nada na sua partida contra mim.
A abertura que executou, pretendia adormecer-me e mostrava a intenção, caso as coisas corressem mal, de conseguir ao menos um empate.
Na 8ª ronda, calha-me em sorteio uma WIM romena, que por acaso é a mulher do GM Mihail Marin que poucos dias antes venceu o Open de Benasque e que neste torneio acabou em 2º lugar depois de acordar, combinar, pré-combinar, o que tenha sido, um empate de salão na última ronda contra o GM francês Romain Edouard que seria o vencedor do Andorra 2009.
Nesta partida joguei como um "Kamikaze" e nem me dei sequer ao trabalho de camuflar as minhas intenções de sacrificio !
Enquanto, ia tendo o GM Marin nas minhas costas a ver a partida quase lance a lance,
tarde me apercebi que havia um petiz (o filho do casal !), a fazer viagens de ida e volta pelo salão acabando as mesmas em "segredos" contados ao ouvido na WIM que com mais de 500 partidas na Megadatabase 2009 não joga mais do que muitos xadrezistas de café que conheci pela minha vida fora.
Um peão, um cavalo e uma torre depois, apercebo-me que estou irremediávelmente perdido já que xeque-mate não havia.
Domingo, dia 26 de Julho, 9ª e última ronda; o adversário do dia teria sido uma presa relativamente fácil e a minha vitória iria impedir que perdesse 3 ou 4 pontos elo FIDE na competição.
No entanto, o filho mais novo do presidente da Federação Andorrana de Xadrez, enquanto eu efectuava estas reflexões dormia na sua cama depois de uma noite incansável de "trabalho" que na malta mais nova as passagens de Sábado para Domingo tantas vezes a isso obrigam...
Ao ver a classificação final, 101º no Open (era 0 108ª inicial pelo ranking),
a minha frustação era enorme; o adversário menos cotado com quem perdi tinha 2095 de elo FIDE e o mais credenciado a quem ganhei possuia 2100.
Ainda assim, ia perder elo e não teria nenhuma possibilidade de ser 1º ou 2º da minha categoria (1850/1999 elo FIDE), porque simplesmente com um destes nenhuma partida realizei !
Eu era mais indianos acabadinhos de chegar de Benasque, Dubai e outras competições...
Apesar de tudo, tive uma partida que escapou ao mote da loucura e onde considero que joguei a um nivel aceitável.
Foi o jogo da ronda 5, onde fui superior a um jogador olimpico de Andorra, que com os seus 2100 de elo internacional, nunca chegou a entrar na partida e a lêr os pontos chave da mesma.
A parte final, é importante por revelar a importancia das matizes psicológicas no jogo de xadrez.
Joan Fernandez (2100) - António Viriato Ferreira (1915)
Open Internacional de Andorra Hotel St. Gothard, Erts (5.44), 28.07.2009
ECO: C44
1.e4 e6 2.d3 d5 3.Nd2 Nc6 (c5) 4.Ngf3;
4...,e5 !?;
Este movimento foi jogado pela primeira vez na partida Walter John - Leo Forgacs, em 1907.
O xadrezista mais reputado a executar este lance foi Viktor Kupreichik, no Torneio de Hastings 81/82, onde derrotou Anatoly Lein.
5.g3; Assim, foi jogado na partida de 1983, Axel Hittinger vs Albert Von Spreckelsen, no Open de Helmbrechts.
5...Nf6;
[ 5...dxe4 6.dxe4 Qf6 7.c3 Bg4 8.h3 Bd7 9.b4 oo] 6.Bg2
[ 6.exd5 Nxd5
( 6...Qxd5 7.Bg2 Bc5 8.Nb3 Bb6 9.0-0 Qd6 10.a4 +/= )
7.Bg2 Bc5 8.0-0 0-0 9.Re1 Nf6 10.Qe2 Be6 11.Nb3
( 11.Nxe5 ?? Nxe5 - + 12.Qxe5 Bxf2+ 0:1 )
11...Bd6 12.d4 Re8 13.dxe5 Nxe5 14.Nxe5 Bxb3 15.axb3 Rxe5 16.Be3 c6
17.Qd1 +/= ]
6...Bg4;
[ 6...d4 ]
7.h3; Há uma única partida que regista a mesma opção das brancas;
Miroslav Palek vs Vaclav Contos, 2007.
7...Bxf3; Uma novidade, presumo.
[ 7...Bh5 8.g4 Bg6 9.Nh4 d4 oo ]
8.Bxf3;
Na anteriormente citada partida, as negras optaram por, 7...,Bh5.
[ 8.Nxf3 ? dxe4 9.Ng5 exd3 10.0-0 h6 11.Ne4 Nxe4 12.Bxe4 Qd7 13.Qxd3 Qxd3
14.Bxd3 Bc5 -/+;
8.Qxf3 ! +/= ]
8...d4; as negras fecham o centro e a estratégia a executar passa por trocar o seu bispo de casas negras pelo bispo adversário da mesma cor.
[ 8...Qd7 ]
9.Bg2 +/=;
[ 9.0-0 +/= ]
9...Be7;
[ 9...Qd7 10.0-0 h5 11.Nc4 0-0-0 12.f4 Bd6 13.Rb1 Rhe8 14.b4 */=;
As complicações parecem ser favoráveis ao jogo das brancas. ]
10.0-0 0-0;
[ 10...h5 ]
11.Nb3 a5 12.Bd2;
[ 12.a4 Qd7 13.f4 +/= ]
12...a4 13.Nc1 a3 14.b3;
[ 14.Rb1 ! axb2 15.Rxb2 b6 16.f4 Ba3 17.Rb5 Bd6 18.Rb2 Re8 19.Ne2 =;
14.bxa3 ?! Bxa3 15.f4 b6 16.fxe5 Nxe5 17.Bg5 Re8 18.Bxf6 gxf6
19.Qh5 Bb2 20.Rb1 Bxc1 21.Rbxc1 Rxa2 22.Rf2 Re6 23.Rcf1 Qd6 =/+;
as brancas não parecem ter compensação suficiente pelo peão cedido. ]
14...Bb4 15.f4;
[ 15.Ne2 Bxd2 16.Qxd2 Qd6 17.f4 Nd7 18.c4 00 ]
15...Bxd2 16.Qxd2 Nd7;
[ 16...Re8 17.b4 Qd6 18.b5 Na7 19.Rb1 Qc5 20.Nb3 Qb6 21.fxe5 Rxe5
22.Qf4 Rae8 23.Nd2 Nxb5 24.Nc4 Qc5 25.Nxe5 Rxe5 oo ]
17.f5 ?!; Pareceu-me, logo na partida real, ser uma imprecisão.
As brancas desistem de pressionar o peão negro em "e5", permitindo a mobilização de peças para a ala de dama.
[ 17.Ne2 ! Qe7 18.Rac1 Qc5 19.Kh1 ! +/=;
As brancas não têm nada a temer.
( 19.fxe5 ? Nb4 20.Rf5 Nxa2 21.Ra1 Nc3 22.e6 Nxe2+ 23.Qxe2 Ne5
24.exf7+ Rxf7 25.Qh5 Qc3
( 25...Qxc2 ? 26.Rxe5 a2 27.Rc5 Qf2+ 28.Kh1 Qb2 29.Rcc1 c6 30.Bf3 Raf8
31.Be2 Rf2 32.Re1 Kh8 33.Kg1 b6 34.Qg4 Qxb3 35.e5 Qd5 36.Qe4 Qxe4
37.dxe4 +/- )
26.Qd1 Re7 -/+ ]
17...Qe7 =/+;
[ 17...b5 !? ]
18.Ne2 Rfd8 19.Kh2;
[ 19.c3; 19.c4 ]
19...Ra6;
As negras preparam-se para pressionar o peão "c2" das brancas ao máximo.
[ 19...Nb4 ]
20.Ng1;
[ 20.c4 dxc3 21.Qxc3 Nf6 22.Rfd1 Nb4 23.d4 Rc6 24.Qf3 exd4 25.Rxd4 Rcd6
26.Rxd6 Rxd6 27.Nf4 Qe5 28.Rd1 Ne8 29.Nd3
( 29.Rxd6 Nxd6 30.Nd3 Nxd3 31.Qxd3 Qb2 -/+ )
29...Nxd3 30.Rxd3 c5 31.Qe3 Rxd3 32.Qxd3 Nd6 33.Qc2 b5 34.Qc1 b4 35.h4 Nb5
36.Qd2 h5 37.Qd8+ Kh7 38.Qd7 Nd6 39.Qa7 Qd4 40.Qe7 c4 41.e5 Nxf5
42.Qxf7 Qg4 43.Qxc4 Qxc4 44.bxc4 b3 0:1;
20.c3 ]
20...Qb4;
[ 20...Nb4 21.Rfc1 Rc6 22.Ne2 Nf6 23.Ng1 Qd6 24.Qd1 Re8 25.Qd2 Qc5
26.Ne2 Rd8 27.Kh1 h6 28.Kh2 Qb5 29.Kh1 Rd7 30.Kh2 Rdd6 - +;
O Fritz, continua a dar vantagem decisiva para as negras, no entanto, não se vê nenhuma evolução na posição para chegar à vitória. ]
21.Qd1;
[ 21.Qxb4 ? Nxb4 22.Rf2 Rc6 23.Nf3 Nxc2 24.Rc1 Ne3 25.Rxc6 bxc6 -/+ ]
21...Qc3;
[ 21...b5 ]
22.Nf3;
[ 22.Ne2 Qc5 23.Ng1 Nb4 24.Rf2 Rc6 25.Rd2 Kf8 =/+;
As negras estão ligeiramente melhor, no entanto, não é nitida a maneira
de entrar na posição das brancas.
É que só existe um ponto de ataque e seria necessário haver ou criar uma segunda debilidade para concretizar decisivamente a vantagem posicional. ]
22...Nb4 23.Rf2 Rc6;
[ 23...b5 =/+ ]
24.Qg1 Qb2; A componente psicológica revela-se aqui factor essencial na decisão da partida.
O último movimento das brancas pareceu-me ser para evitar a entrada das negras com a dama em "b2".
Por isso, as negras jogam aqui para o "barrete".
De maneira nenhuma podem tomar o peao de "a2".
As expectativas que tinha centravam-se na possibilidade das brancas não terem visto a réplica, 25.Tb1 ! como resposta a 24...Db2.
Caso, as brancas, contra o que parecia ser, vissem esta resposta, então a dama negra teria novamente de recuar e eu teria de procurar outra forma de jogar para ganhar
(o que não se adivinhava fácil).
Penso, que a diferença de quase 200 pontos elo foi aqui fulcral para o xadrezista de brancas pensar que eu me tinha enganado ao jogar como joguei.
25.c4 ?; As brancas mordem o isco !
Este é o caminho natural para ganhar a dama negra, só que, também o é para a derrota.
[ 25.Rb1 !; Qc3; A única solução seria retroceder com a dama e não ir à caça do indigesto peão branco de "a2"
( 25...Qxa2 ?? 26.c4 ! dxc3 27.Rxa2 Nxa2 28.Qa7 c2 29.Ra1 c1=Q
30.Rxc1 Nxc1 31.Qxa3 Re8 32.d4 exd4 33.Nxd4 Rc5 34.f6 gxf6
35.b4 Rc4 36.Nf5 + - )
26.Ra1 Re8
( 26...Qc5 27.Qd1 Re8 28.Kg1 Nf6 - +;
Uma vez mais, as negras prevalecem com a sua vantagem posicional decisiva, mas os caminhos continuam por desbravar. )
27.Rd2 Nf6 28.Qd1 b5 29.Ng1 Kf8 - +;
25...dxc3 ! - +;
As consequências desta decisão foram calculadas com antecedência.
[ 25...Qc3 ? 26.Rc1 Qxd3 27.Qe1 Na6 28.Re2 Nac5 29.Rd1 Qc3 30.Qxc3 dxc3 31.Nxe5 Rd6 32.Rxd6 cxd6 33.Nxd7 Nd3 34.Rc2 Nb4 35.Rxc3 Nxa2 36.Rd3 Rxd7 37.e5 Nc1 38.Rc3 Na2 39.Rd3 Nc1 40.Rc3 Na2 41.Rd3 1/2:1/2 ]
26.d4; o meu oponente nem tenta testar a validade do sacrificio de dama !
Eu não hesitaria em fazê-lo. Nunca se sabe, até que ponto o mesmo era absolutamente válido. Para mais, a alternativa jogada perde rapidamente.
[ 26.Rb1 Nxd3 27.Rbxb2 axb2 28.Rc2 Nb4 29.Rxb2 cxb2 30.Qb1 Nd3 31.Qxd3 Rc1
32.Nd2 Rd1 33.h4 Rxd2 34.Qb1 Nc5 35.f6 Re2 36.fxg7 Rdd2 37.Kh3 h5
38.Qf1 Rxg2 0:1;
26.Rxb2 axb2 27.Rb1 c2 28.Rxb2 c1Q 29.Qxc1 Rxc1 30.d4 exd4 31.Nxd4 Ne5
32.Nf3 Nxf3+ 33.Bxf3 Nc2 34.g4 Rd2+ 35.Kg3 Rf1 36.e5 Rxf3+ 37.Kxf3 Ne1+
38.Ke4 Rxb2 0:1 ]
26...c2 27.d5 Qxa1; Com pouco mais de 1 minuto no relógio e em posição completamente perdida, as brancas abandonam.
0-1
Podem ver aqui a reportagem final sobre o Open de Andorra 2009 publicada na Chessbase noticias.
Era a este torneio que as "vedetinhas" portuguesas deviam vir. É certamente muito mais importante participar no Open de Andorra que Campeonatos da União Europeia e outros do género.
ResponderEliminarSó para ter uma ideia, numa altura em que estava a tentar fazer uma análise com o Paulo Rocha abeirou-se da nossa mesa um jovem, com alguma timidez.
Convidado a sentar-se, apresentou-se:
Era o jovem Israelita Yonathan Levine.
Disse apenas que tinha mais de 2000 de ELO, e depois a nossa curiosidade fez o resto:
Jogador nº 81 que com 14 anos tinha "apenas" 2053 de ELO e que fazendo 5 pontos acabou por ficar em 67º
Mas isto, são os jovens do 3º Mundo!
Os nossos,5º, 6º, 7º, 8º classificados, com 1300 e 1400 de ELO vão representar PORTUGAL...
Depois, se conseguem alguma coisa contra as 3ª figuras desses Países, ainda recebem subsídios de alta competição, e convencem-nos que são "os maiores da rua deles". É isto a mediocridade do xadrez em Portugal!
Amigo Viriato,
ResponderEliminaresta tua visão auto-crítica só se pode louvar, dá mesmo gosto ver como um jogador tenta de melhorar, procurando os caminhos certos para atingir a meta da auto-superação.
E já que mencionei a crítica, devo te dizer que, na minha opinião, estás a ser um bocado duro contigo próprio, embora entendo que é assim que resolves o terrível problema de todo ser humano (no xadrez, ou na vida), problema esse é sempre o mesmo, e tem a ver com a Motivação.
Pois, força Viriato! É no exercício que ela aparece!
(por certo é assim como devo exterminar a minha Barriga!)
Abraço
Hola a todos !
ResponderEliminarCaro, António Russo:
- Estás coberto de razão no teu comentário.
No entanto, ao Open de Andorra, geralmente os portugueses fogem como o Diabo da Cruz, por se tornar evidente que os seus grandes elos pouco valem a oeste de Badakoz.
Há e houve excepções, mas poucas e pontuais.
Exclúo o retirado GM António Antunes desta apreciação que fiz.
Alguns "campeões" no passado vieram aqui, só que, neste torneio o xadrez é o centro do Universo, não havendo lugar para grandes folias, bezanas e outros vicios.
Outros nem tanto; deixaram de vir por terem descoberto aqui as suas debilidades e não estarem na disposição de jamais um dia terem de pensar de sí próprios que afinal de xadrez só mesmo nos torneizinhos caquences onde se pode sacar meia duzia de trocos e mordomias sem nunca ter que arriscar perder contra adversários com muito menos elo que nós.
Estou a lembrar-me de um recentemente terminado torneio, onde dúvido sinceramente que o vencedor do mesmo conseguisse sequer ficar nos 10 primeiros lugares aqui no Open de Andorra.
Ou seja, o espirito tinha de ser, virem cá para aprender, o que até lhes seria positivo, ao regressarem à sua rotina de ganhadores de torneios obscuros.
Caro, Aleg:
- Agradeço o seu comentário e espero que continue a participar activamente no Viriatovitch Chess.
A minha auto-critica está justificada, por já em Maio no Open de Salou ter notado os mesmos problemas e não me ter preocupado eles na altura em que estou a jogar as partidas.
Fazer "Harakiri" durante as partidas é mau xadrez sim.
Este aspecto será corrigido para sempre no próximo torneio onde participe.
Jogar com uma boa dose de instinto não implica entrar em eufória cada vez que penso que vou produzir algo que no meu ponto de vista seja belo.
No futuro, terei uma maior preocupação no tabuleiro com o resultado, para depois das partidas não me lamentar.
1 abraço a todos !