30/12/07

2008 - ANO INTERNACIONAL DO PLANETA TERRA




O melhor das nossas vidas é olhar para trás e sentir orgulho na nossa história.
O grande lance aqui (não xadrezistico), é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse aqui e agora.
Claro que a vida nos prega partidas ( não de xadrez ) !
É lógico que, por vezes, a vida é dura, chuvosa...
Mas, pensem só; Vale a pena viver sem rir ? Sem dar uma boa gargalhada nem que seja uma vez por dia ?
Tem sentido ficarmos aborrecidos as 24 horas por causa de uma discussão ou por um desentendimento ?
Devemos viver bem !
2007, foi um ano cheio do bom e do mau.
Aliás, como quase todos os outros anos anteriores.
Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também, cheio de problemas e desilusões.
Nada mais normal.
Por vezes, esperamos demasiado dos outros.
Normal.
O dinheiro que não veio, o amigo que decepcionou, o amor com os seus altos e baixos.
Normal.
2008 não vai ser diferente.
Mudou o século, mudou o milénio, mas o homem cheio de imperfeições, com a sua natureza, com a sua personalidade, continua.
Nem sempre acontece o que nós desejamos. E dai ? O que vamos fazer ?
Vamos por isso acabar com os nossos dias ? Com o nosso bom humor ?
Com a nossa esperança ?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria !
E que todos saibamos transformar tudo em boas experiências !
Que consigamos perdoar o desconhecido, que não nos conhece, que nos ofende e prejudica na sua irresponsabilidade ou falta de inteligência.
Pessoas que passam pelas nossas vidas e que nos deram dias maus.
Pessoas que passaram e que não ficam.
A vida continua com os amigos de verdade, com os que nos querem bem.
A vida fica com os que nos conhecem e nos aceitam com os nossos méritos e defeitos.
O mau da vida também faz parte da vivência humana; chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte.
Não adianta lutar contra isso.
Mas, se as pessoas se entenderem e se permitirem olhar uns para os outros e para o Mundo com generosidade, com solidariedade, as coisas podem ser bem diferentes.
Desejo, a todos esse olhar especial.
2008 pode ser um ano especial, se entendermos as nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta por cima.
Somos fracos, mas podemos melhorar.
Somos egoístas, mas podemos entender os outros.
2008 pode ser maravilhoso, espectacular ou pode ser pura mediocridade !
Depende de mim, depende de todos !
Que assim seja !
Um olhar novo !
Que a passagem de ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e o que desejamos.
Afinal, sonhos e desejos podem se tornar realidade se acreditarmos neles !

UM GRANDE ABRAÇO PARA TODOS !
BOAS ENTRADAS !
BOM ANO !

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A AUDÁCIA DE JAN TIMMAN


JAN HENDRIK TIMMAN

Terry Fox - Jan Timman
Islington Open, 1970
ECO: E24

1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.a3 Bxc3+ 5.bxc3 c5 6.e4?; Lance muito atrevido e mau.
6...Da5!;
[ 6...Cxe4? 7.Dg4 Cf6 8.Dxg7 Tg8 9.Dh6 d5, com jogo indefenido ]

7.e5 Ce4 8.Bd2 Cc6 9.Cf3 Cxc3 10.Dc2?;

[ 10.dxc5! Cxd1 11.Bxa5 Cxf2 12.Rxf2 Cxa5 13.Tb1 Re7, as negras estão melhor, mas nada que se compare com o que aconteceu na partida. ]

10...cxd4 11.a4 b6 12.Be2 Ba6 13.Rf1 Tc8 14.g3 Cxe5 15.Cxd4;

AS NEGRAS JOGAM E GANHAM




15...,Cxe2!!;

[ 15...Txc4!, também ganha, 16.Bxc4 Cxc4 17.Bxc3;
( 17.Rg2 Dd5+ 18.Cf3 Bb7 19.Dxc3 Cxd2 20.Ta3 Cxf3 21.Dxf3 Dxf3+ 22.Txf3 g5 0:1 )
17...Ce3+ 18.Rg1 Cxc2 19.Bxa5 Cxd4 20.Bb4 Bb7 21.Bd6 Cf5 22.Bb8 a6 23.Tb1 Re7 24.Bf4 b5 25.axb5 Be4 26.Tb4 Bxh1 27.Rxh1 axb5 28.Txb5 Tc8 0:1 ]

16.Bxa5 Cxd4 17.Db2 Txc4 18.Rg2 Bb7+ 19.Rh3 Cd3 20.Dd2 Cf3 21.De3 Cg5+
22.Abandona
( 22.Dxg5, Cf2++ )
0-1
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UM TABULEIRO DEMASIADO GRANDE - Parte 2

Vladimir Malaniuk - Jonny Hector
Taça Politiken, Dinamarca, 1992


1.d4 d5 2.c4 c6 3.Cf3 Cf6 4.e3 Bf5 5.cxd5 cxd5 6.Db3 Dc7 7.Cc3 e6 8.Bd2 Cc6 9.Tc1 a6 10.Ce5 Bd6 11.Cxc6 bxc6; Malaniuk, vê agora uma forte combinação de 4 jogadas que parece ganhar no minimo um peão.


12.Bxa6?; 12.Ca4!

12.Bxa6?; O lance da partida.

[ 12.Ca4! Cd7;
( 12...Tb8? 13.Dc3 Bxh2 14.Dxc6+ Dxc6 15.Txc6 Rd7 16.Txa6 Bd6 17.Cb6+ Re7 18.a4, as brancas têm o jogo ganho )
13.Bb4 0-0 14.Bxd6 Dxd6 15.Be2 Tfb8 16.Dc3 Db4 17.Dxb4 Txb4 18.b3 e5 19.g4 Be6 20.dxe5 Nxe5 21.h3 d4 22.Cc5 dxe3 23.fxe3 a5 24.Rf2 Td8 25.Thd1 Td5 26.Txd5 Bxd5 27.e4 Be6 28.Ke3 Rf8 29.Cxe6+ fxe6 30.Tc5+ - ]

12...Txa6- + 13.Cb5 Db8 14.Cxd6+ Dxd6 15.Db7; E chegamos ao ponto alto da partida.
A torre "a6" das negras, não pode ser protegida pela dama, embora esta esteja por perto.
Aqui, surge como resposta o que as brancas não viram quando efectuaram a sua jogada 12.

15...Bd3!; Tão simples como isto.
As brancas continuaram a jogar alegremente, mas, já estavam completamente perdidas.

16.Dc8+ Dd8 17.Txc6 0-0;

[ 17...Txa2, era ainda melhor]
0:1

Resumindo: Não existe um remédio fácil para este mal, excepto recordarmos periodicamente que o tabuleiro tem duas alas...
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28/12/07

CHE GUEVARA E O XADREZ


ERNESTO GUEVARA DE LA SERNA - "CHE"

Na vida de Guevara, convertido em Che, houve um desporto com predominancia absoluta; o xadrez.
Guevara, aprendeu a jogar através do seu pai e começou a participar em torneios locais a partir dos 12 anos de idade.
Em Cuba, deu ao xadrez, fundamentação politica;
"Nestes momentos de confrontações mundiais que se devem a sistemas ideológicos muito diferentes, o xadrez pode e é capaz de juntar as pessoas dos mais diversos Países."
Guevara, foi o funcionário do Governo Cubano que inaugurou os principais torneios do Paìs.
Com intermitência, participava em todas as competições que podia.
"O xadrez é um passatempo, mas também, um educador do raciocinio e os Países que têm grandes equipas xadrezisticas, estão à cabeça do Mundo em outras esferas ainda mais importantes";
Declarou em Junho de 1961, ao inaugurar o torneio para organismos estatais do Estado Cubano.
Conseguiu o 2º lugar, por duas vezes, nos Campeonatos do Ministério das Indústrias de Cuba (Do qual era titular da pasta do Ministério) e participou nos torneios do Instituto dos Desportos e Recreação, em que ascendeu da terceira à primeira categoria.
Jogou partidas simultaneas contra vários dos melhores xadrezistas da época (Victor Korchnoi, Miguel Najdorf, Mikhail Tal) e teve o prazer de vencer o mestre nacional cubano Rogelio Ortega.


O desafio com Miguel Najdorf, teve lugar em Havana, em 1962.
Era na realidade uma "Revanche"
Em 1949, o jovem e rebelde Guevara, já tinha conseguido um empate contra Najdorf, em Mar del Plata.
Neste segundo duelo, Guevara já era o famoso Comandante e a partida voltou a terminar sem vencedor.

Miguel Najdorf - Che Guevara
Simultanea em Havana, 1962
ECO: C93


1.e4 e5 2.Nf3 Nc6 3.Bb5 a6 4.Ba4 Nf6 5.0-0 Be7 6.Re1 b5 7.Bb3 d6 8.c3 0-0 9.h3 h6 10.d4 Re8 11.Nbd2 Bf8 12.d5 Ne7 13.c4 bxc4 14.Nxc4 c6 15.dxc6 Nxc6 16.Be3 Be6
½-½

Depois deste lance, Che, propõe empate a Najdorf e este aceita.

No entanto, o empate só pode ter sido por cortesia.
Afinal tratava-se de uma simultanea de exibição em Havana, onde Che Guevara era e é visto quase como um Deus.
Ora, vejam:

17.Ba4; As brancas têm clara vantagem posicional.
Por exemplo: 17...Bd7 18.Nb6 Rb8 19.Nxd7 Qxd7 20.Rc1 Rec8 21.Rxc6 Rxc6 22.Nxe5 dxe5 23.Qxd7 Nxd7 24.Bxc6 Nc5 25.b3 Nd3 26.Re2 Nb4 27.Ba4;
A victória das brancas é uma questão técnica.
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