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13/09/09

EVOLUÇÃO DO XADREZ EM PORTUGAL

É opinião generalizada que o xadrez nacional necessita de algo que o revitalize, tanto em termos de formação como em termos financeiros. Sempre que nos encontramos em qualquer actividade xadrezistica, com pessoas do xadrez que gostam do xadrez pelo jogo, pela diversão, pela característica social, enfim…por todo um conjunto de factores que apenas as pessoas que pertencem realmente ao xadrez e se preocupam com o futuro do mesmo, surgem ideias construtivas conducentes a algum tipo de evolução do xadrez português.

Ao longo dos anos em que tenho trabalhado na área da formação é com alguma tristeza que observo a quantidade de jovens talentosos que surgem na modalidade mas que com o evoluir da idade decrescem o seu nível de jogo em termos internacionais.

Culpa de quem?

Mais do que procurar a culpa, penso que nos devemos concentrar em encontrar a solução e de uma vez por todas abandonar conceitos minúsculos que existem no centro de decisões do xadrez nacional: a Assembleia Geral da FPX.

Será assim tão difícil compreender que a melhoria generalizada do xadrez nacional conduz a uma melhoria do xadrez a nível distrital e clubístico?

Alguns dirão que há muita coisa a fazer, opinião que eu corroboro vivamente, mas o certo é que é muito raro aparecerem propostas concretas e exequíveis de reformulação do que quer que seja.

Deste modo lanço aqui o repto a uma reformulação radical em duas áreas que considero de extrema importância para uma evolução do xadrez já a curto e médio prazo:

1. Os campeonatos nacionais de jovens;

2. As taxas de filiação

No primeiro exemplo, urge clarificar o processo de apuramento dos respectivos campeões nacionais jovens, que obviamente não pode ser decidido com base no Bucholz, sendo o caso dos femininos ainda mais ridículo, dado que muitas das vezes as jogadoras nem se defrontam entre si.

Desta forma, considero que o actual modelo serviria apenas de apuramento para uma final onde estariam os melhores a decidirem entre si o título num torneio fechado de partidas lentas. Assim, o torneio absoluto apuraria os oito primeiros e o torneio feminino as quatro primeiras.

E se o argumento para evitar isto for a falta de calendário torna-se claro que esta final poderia ser disputada imediatamente após o final do ano lectivo.

No caso do segundo ponto é óbvio, o ridículo que é as taxas de filiação, até para os que surgem de novo na modalidade.

Com que cara é podemos pensar em patrocínios e apoios e etc…se por vezes nem as pessoas que praticam a modalidade querem ouvir falar em aumento das taxas de filiação e protegem-se com o argumento que essa medida iria fazer com que alguns jogadores abandonassem a modalidade?!?!! Mas as pessoas jogam xadrez porque gostam ou porque a taxa de filiação é ridiculamente baixa?

E porque razão é que tem que ser os clubes, ou pior ainda, as Associações a pagar as taxas de filiação dos jogadores? Haja paciência…

Já que em Portugal se gosta de copiar outros modelos, deixo o exemplo francês, em que para jogar a liga na 1ª divisão paguei do meu bolso os respectivos quarenta e dois euros da taxa de filiação.

Assim, proponho que as taxas de filiação de um clube sejam no mínimo de cem euros e que as taxas individuais variem entre doze e vinte e cinco euros (depois discute-se a divisão associações, FPX e se seria exequível incluir algo nesses 25 euros como por exemplo uma publicação regular).

No último artigo que apresentei tinha deixado o desafio aos leitores no sentido de descobrirem onde é que o rei preto vai ser executado e quem se move para dar o xeque final, pelo que apresento a respectiva solução:

1.Cd2+, Ra2 2.Cc3+, Ra3 3.Cb1+,Rb4 4.Ca2+, Rb5 5.Ca3+, Ra6 6.Cb4+, Ra7 7.Cb5+, Rb8 8.Ca6+, Rc8 9.Ca7+, Rd7 10.Cb8+, Re7 11.Cc8+, Rf8 12.Cd7+, Rg8 13.Ce7+, Rh8 14. Rg3# 1-0





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14/08/09

ESTRATÉGIA - BISPOS DE COR OPOSTA COM PEÇAS MAIORES EM JOGO - A INICIATIVA PODE SER DECISIVA


Richard Réti, foto Wikipedia


Hans Fahrni, foto Chess History Center

Muitos jogadores não chegam a perceber que nestas circunstancias, o lado defensor não pode sacudir a pressão opondo os bispos.

No exemplo seguinte, observem como as brancas operam quase de maneira exclusiva pelas casas negras.


Richard Réti vs Hans Fahrni, DSB Congress, Mannheim (GER), 1914

1. b5 !; Um lance extraordinário !
Consegue abrir a coluna"c", o que se revelará a chave da vitória das brancas, e impede o bispo negro de "renascer" com ...,Ba6.

(1. Rfc1 Ba6 2. Qd2 Bc4 3. bxa5 Qa7 4. e4 Qxa5 5. Qxa5 Rxa5 6. Bd6 Rfa8 7. a3
Ra4 8. e5 Bb5 9. Bc5 Rc4 10. Rcb1 Raa4, será que as brancas conseguem ganhar aqui ? )

1... cxb5 2. Rfc1 Ba6 ?; Não me parece ser a melhor opção.

(2... Bd7 3. Rc7 Rac8 4. Rac1 Rxc7 5.Rxc7 Rf7 6. Qd2 a4, com vantagem posicional das brancas e a mesma pergunta de à pouco:
- Conseguem as brancas ganhar aqui ? )

3. Rc7 +/- Qe8 4. Qa3 !; Atacando o peão "a" e aproximando-se perigosamente pela diagonal a3-f8.

4...,Bc8; Este "regresso" à casa de partida do bispo das negras confirma a
evidência; o Ba6, de à 2 lances atrás, foi uma má escolha.

5. Qd6 !; Havia aqui uma interessante possibilidade a considerar.

(5. Re7 !? b4 6.Rxe8 bxa3 7. Rxf8+ Kxf8 8. Bd6+ Kf7 9. Bxa3, será que as brancas conseguiriam vencer este final com uma torre de cada lado, bispos de cor oposta, tendo um peao a mais ? )

5... Rf7 ?; As negras continuam sem encontrar as respostas mais resistentes.

(5... Ra6 ! 6. Be5 Rf7 7. Rxf7 Kxf7 8. Qc7+ Bd7, as brancas estão melhor, mas daí a ganhar vai um grande passo. )

6. Rac1;

(6.Rxf7 Qxf7 7. Qc6 Bb7 8. Qxb5 + - )

6... Bd7 7. Rb7 !; Deixando vaga a casa "c7" para a outra torre.

7...,h6;

(7... Rd8 !; A defesa é passiva, no entanto, dificil de romper.
Análises: 8. Rcc7 a4 9. Qc5 Qf8 10.Bd6 Qe8 11. f3 Kh8 12. Be5 Kg8 13. a3 Qf8
14. Bd6 Qe8 15. e4 Kh8 16. exd5 exd5 17. Be5 Qe6 18. h3 Rg8 19. Rb6 Qf5
20. Qxd5 Be8 21. Kf2 Rgf8 22. Rxf7 Qxf7 23.Qxf7 Rxf7 24. Bd6 Rd7
25. Rb8 Kg8 26. Rxe8+ Kf7 27. Rf8+ Ke6 28. Bc5 1:0 )

8.h3 !; Prepara a combinação que se vai seguir.
A chave da posição assenta no controle da coluna "c" e na ocupação da forte casa "e5" pelo bispo.

(8. Rcc7; 8. f3 )

8..., Rc8;

9. Rxc8 Bxc8 10. Rb8 Kh7;

(10... Rf8 )

11. Qc5 Rf8 12. Qc2+ Kh8 13. Bd6; O influente bispo branco de casas
escuras, faz-se finalmente notar.
O mesmo não se passa com o seu antagonísta de casas claras.

13...,Rg8 14. Be5; Pressão sobre o peão "g7", somente defendido pelo rei.

14...,a4; As negras não podem fazer outra coisa, senão esperar que lhes "ensinem" como se ganha.

(14...Rf8 15. Qc7 Rg8 16. Qxa5 Kh7 17. Rxb5 1:0 )

15. Rxc8 ! Richard Réti;

1:0

( 15...,Qxc8 16. Qg6 )

Um final apropiado para uma estratégia bem executada.

Com o fim de obter o máximo da iniciativa, é aconselhável manter o adversário na defensiva concentrando a sua atenção defensiva nas casas da mesma cor do seu bispo.
A peça "de vantagem" decidirá.





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09/08/09

FINAIS - BISPOS DE COR OPOSTA - A COLOCAÇÃO DOS PEÕES


Anatoli Kárpov - Viriatovitch Chess


Na maioria dos finais, os peões devem colocar-se nas casas de cor oposta às do seu próprio bispo para evitar que o mesmo se transforme num "bispo mau".
No entanto, nos finais de bispos de cor oposta, o lado débil deveria, em regra geral, situar os seus peões nas casas da mesma cor do seu bispo, de modo a puder defende-los e para que o bispo inimigo não possa atacá-los.

No próximo diagrama, toca às brancas a vez de jogar e vamos ver como Karpov, nos seus melhores anos, aproveita uma vantagem milimétrica.


Ljubojevic - Karpov, Milão, 1975


1.h5 ?; Infringindo a regra de ouro !

[ 1.g5 !;
Por exemplo: 1...f5+ 2.Ke3 Kd5 3.Bg7 Kc4 4.Bf6 Kb3 5.Be5 b5 6.Bd6 Kc4

( 6...c4 ?! 7.Be5 b4 8.axb4 c3 9.bxc3 Bc2 10.b5 f4+ 11.Kxf4 Bf5
12.b6 Bc8 13.Ke4 Kc4 14.Bd6 Bb7+ 15.Ke3 Kxc3 16.f4 Kc4 17.h5 Kd5
18.f5 ! gxh5 19.Be7 Kc6 20.f6 Kd7 21.Ba3 Ke6 22.Bf8 Bd5 23.Be7 Bb7
24.Kf4 Bd5 25.Bc5 h6 26.Bd4 hxg5+ 27.Kxg5 Kd6 28.Be5+ Kc6
29.Kxh5 Kxb6 1/2:1/2 )

7.Be7 b4 8.f4 Bc2 9.Bd6 Be4 10.Bf8 Bc6 11.Bd6 Bd5 12.Be7 Bb7 13.Bf8 Be4
14.Be7, as negras não podem esperar nada daqui. ]

1...gxh5 2.gxh5 f5+ 3.Ke3 Kd5; Agora, o rei branco fica reduzido à defesa dos seus peões !
Quando finalmente conseguir colocá-los em casas negras, já o rei inimigo penetrou na sua posição.

4.h6 Kc4 5.f4 Kb3 6.Bg7 ?; O último erro.

[ Ainda, era possivel às brancas conseguirem o empate através de, 6.Kd2 !;
Análises: 6...,Kxb2 7.Kxd1 c4 ! 8.Bg7+ c3 9.Ke2 !, embora houvesse que jogar de forma exacta.
9...Kc2 10.Ke3 b5 11.Kd4 Kd2 12.Kc5 c2 13.Bb2 c1B 14.Bxc1+ Kxc1 15.Kxb5 Kd2
16.Kxa4 Ke3 17.Kb4 Kxf4 18.a4 Kg4 19.a5 f4 20.a6 f3 21.a7 f2 22.a8=Q f1=Q
23.Qg8+ Kh5 24.Qxh7 Qf4+ 25.Kc3 Qxh6 1/2:1/2 ]

6...Kc2 7.Be5 Bh5 8.Bf6 Bf7 9.Be5 Bb3 10.Bg7 b5 11.Bf8 c4 12.Bg7 b4 13.Kd4;

[ 13.axb4.
Se, 13...c3 14.bxc3
( 14.Bxc3 a3 0:1 )
14...Bc4 !!; Cravando o peão de "c3", depois do qual o peão de "a" das negras promove sem problemas. ]

13...c3 14.bxc3 bxa3 15.c4 a2 16.Kc5 Kb1 17.Kb4 a1=Q 18.Bxa1 Kxa1 19.c5 Kb2

20.c6 a3 21.c7 Be6 22.Kc5 a2 23.Kd6 Bc8;
0-1




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07/08/09

FINAIS - OS CAVALOS ODEIAM OS PEÕES DE TORRE


André Chéron


O cavalo é uma peça cuja actividade se vê gravemente restríngida quando está perto das verticais que limitam o tabuleiro.
Por causa dos peões de torre estarem nessas colunas, os cavalos têm muitos problemas para lutarem contra eles.

A próxima posição, extraiodo de um livro cássico sobre o estudo dos finais de xadrez, mostra um exemplo simples do tema.


Nouveau Traité Complete D`Échecs - André Chéron


André Chéron (Fim de um estudo), 1952


1.Ng7+ ! Nxg7 2.h6; O cavalo não pode parar o peao "h" e logo,

2...Kf8 3.h7 !, ao rei negro passa o mesmo !
1:0

No próximo diagrama, o rei das negras ao estar muito afastado, é incapaz de prestar auxilio ao solitário cavalo que é demasiado débil para fazer frente ao peão de torre das brancas.


Garry Kasparov - Michael Adams, Linares, 1999


1.Kd4 ! Na6;

[ Depois de, 1...Na4, as brancas ganham de maneira tipica.
2.Nc3 Nb2 3.Nd1 ! Na4 !; Dificultando a tarefa das brancas ao máximo.

( 3...Nxd1 4.a4 Nb2 5.a5 Kg7 6.a6 Na4 7.a7 Nb6 8.Kc5 Na8 9.Kc6;
Sacrificios semelhantes de cavalo são um rasgo comum neste tipo de finais e merece a pena estudar e recordar este recurso. )

4.Kc4 Nb6+ 5.Kc5 Nd7+ 6.Kd6 Nb6 7.Nb2 Kg7 8.Kc6 Nc8 9.a4 Ne7+ 10.Kb7 Nd5 11.Nd3 Nc3 12.a5 Nb5 13.a6 Kf7 14.Kb6 Nd6 15.Kc6 Nc8 16.Ne5+ Ke7 17.Nc4 Kd8 18.Kb7 Kd7 19.Nb6+ Nxb6 20.Kxb6 Kc8 21.a7 1:0 ]

2.Kd5 Kg6 3.Nd4 ! Kf6 4.Kd6 Kf7 5.Ne6;
1:0

[ Depois de, 5...Nb8
( 5...Ke8 6.Nc7+ )
6.Nc5 Ke8 7.Kc7, as brancas ganham. ]


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06/08/09

FINAIS - BISPOS DE COR OPOSTA . O PODER DOS PEÕES PASSADOS


Reuben Fine - Foto Life


Nos finais de bispos de cor diferente, dispôr de 2 peões passados, que estejam separados entre si pelo menos duas filas, é normalmente a chave para conseguir a vitória.



Na obra de Reuben Fine "Basic Chess Endings" (Finais Básicos de Xadrez), é mencionada esta posição.


Basic Chess Endings - Reuben Fine


A mesma, é valorizada e bem, como vencedora para as brancas depois da manobra 1.Bf3 e 2.Re6.

A manobra pode ser feita ao contrário com a mesma ideia. 1.Ke6 Bb4;

(Qualquer outro movimento do bispo negro também perde)

2.Bf3; Em posições como esta, as negras têm de parar um peão com o rei e o outro com o bispo.
O que acontece, é que as brancas vão simplesmente com o rei apoiar o peão que está a ser retido pelo bispo inimigo.

2...Kd8 3.f6 Bc3 4.f7 Bb4 5.Kf6 Bf8 6.Kg6 Ke7 7.Kh7 !;
O rei negro não pode tomar o peão de "f7" porque a marcha do outro, da coluna "c", se tornaria impossivel de parar.

7...Kd8 8.Kg8 Bh6 9.f8Q+ Bxf8 10.Kxf8 Kc8 11.Ke8 Kc7 12.Ke7;
1:0

Um exemplo clássico, da criação de um segundo peão passado e afastado, podemos ver no próximo diagrama.


Kotóv - Botvinnik, Campeonato da URSS, Moscovo, 1955

1...g5 !!; Botvinnik, sacrifica 2 peões para obter um segundo peão passado e afastado !

2.fxg5 d4+ !!;

3.exd4 Kg4 ? 4.Ba3 Kxh4 5.g6;

( 5.Kd3 Kxg5 6.Ke4 h4 7.Kf3 Bd5+ 0:1, e o rei negro fará a sua marcha triunfal à casa "c2" )

5...Kg5 6.g7 Kg6 7.Bd6 Kxg7 8.Be7 Kg6 9.Kb2 Kf5 10.Kc3 Kg4 11.Bd6 h4 12.Kb2 h3

13.Kc3 Kf3 14.Be5 Kg2 15.Bf4 h2 16.Bxh2 Kxh2 17.d5 Bxd5 18.Kb2 Kg3 19.Kc3 Kf4

20.Kb2 Ke3 21.Kc3 Ke4 22.Kb2 Kd3 23.Ka3 Kc3;
0:1.

No entanto, os exemplos clássicos e aceites como verdades absolutas por gerações inteiras, pouco dadas a questionar ex-Campeões do Mundo, não estão isentos de erros.




4.d5 !;

4...Bxd5 5.Bf2 = e as brancas asseguram o empate !
1/2:1/2

NOTA POSTERIOR:
"Paulo Costa disse...

Olá Viriato,

Tás enganado!

No exemplo do Botvinnik ele viu e claro por isso não jogou 61....Rg4 mas sim Rg3! Que ganha!

Em baixo a partida...

Abraço

[Event "URS-ch22"]
[Site "Moscow"]
[Date "1955.??.??"]
[Round "?"]
[White "Kotov, Alexander"]
[Black "Botvinnik, Mikhail"]
[Result "0-1"]
[ECO "D46"]
[EventDate "1955.??.??"]
[EventType "tourn"]
[EventRounds "19"]
[EventCountry "URS"]
[Source "ChessBase"]

1. d4 d5 2. c4 c6 3. Nc3 Nf6 4. Nf3 e6 5. e3 Nbd7 6. Bd3 Bb4 7. O-O O-O 8. Bd2
Bd6 9. b3 Qe7 10. Qc2 e5 11. cxd5 cxd5 12. dxe5 Nxe5 13. Nd4 Nxd3 14. Qxd3 Qe5
15. f4 Qe7 16. Rac1 Rd8 17. Rc2 Bc5 18. Na4 Bxd4 19. Qxd4 Bf5 20. Bb4 Qd7 21.
Rc3 Ne4 22. Rcc1 b6 23. Rfd1 f6 24. Nc3 Nxc3 25. Rxc3 Be4 26. Qd2 Qg4 27. h3
Qg6 28. Qf2 h5 29. Kh2 a5 30. Ba3 b5 31. Bc5 b4 32. Rcc1 Rdc8 33. Bd4 Bc2 34.
Rd2 Be4 35. Rdd1 Qf5 36. Qe2 Qg6 37. Qf2 a4 38. Rxc8+ Rxc8 39. bxa4 Qe8 40. Rd2
Qxa4 41. Qh4 Rc2 42. Rxc2 Qxc2 43. Qg3 Qxa2 44. Bxf6 Qxg2+ 45. Qxg2 Bxg2 46.
Bd4 Be4 47. Kg3 Kf7 48. h4 g6 49. Kf2 Ke6 50. Ke2 Kf5 51. Kd2 Kg4 52. Bf6 Kg3
53. Be7 Kh3 54. Bf6 Kg4 55. Be7 Bf5 56. Bf6 Kf3 57. Be7 b3 58. Kc3 Be6 59. Bc5
g5 60. fxg5 d4+ 61. exd4 Kg3 62. Ba3 Kxh4 63. Kd3 Kxg5 64. Ke4 h4 65. Kf3 Bd5+
0-1"


Vamos agora ver outro Campeão do Mundo, utilizando a mesma ideia.


Spasski - Jonsson, Estocolmo, 1969

1.h4 !; Os 2 peões brancos na ala de dama, estão demasiado juntos.
É necessário criar outro mais afastado.

1...gxh4 2.g5 h3 3.c5+ !?;

3...Bxc5 4.g6 h2 5.g7 e2 6.g8Q e1Q 7.Qd5+ 1:0

( Nao há nada a fazer contra, 7...Ke7 8.Qxc5+ Kf6 9.Qf8+ Kg6 10.Qg8+ Kf6 11.Qh8+ Kg6 12.a7 Qb1+ 13.Kc6 Qc2+ 14.Kb7 Qb3+ 15.Kc7 Qc4+ 16.Bc6 Qf7+ 17.Kb8 Qb3+ 18.Bb7 ).

Aqui, atrevo-me a apresentar uma melhoria na prática do tabuleiro.


3.g6 ! Viriatovitch;

Também ganha, neste caso, sem haver a necessidade de entrar num final com damas que poderia ter exigido às brancas manobras exactas do seu rei para fazer face aos xeques da dama negra.

Por exemplo: 3...Ke7 4.g7 Kf7 5.c5 !; Um pequeno detalhe;
1:0

Bons jogos e até mais logo !


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10/07/09

O VALOR DA INICIATIVA - PARTE II


O VALOR DA INICIATIVA
- Parte II –
-Formas de obter, neutralizar e perder -


Como visto no artigo anterior a Iniciativa está diretamente relacionada com o fator ´Tempo`, agora falaremos um pouco das formas de se obter, neutralizar e perder a iniciativa durante uma partida.

Formas de obter a iniciativa na partida:

Durante a partida e principalmente na fase inicial o jogador deve buscar as seguintes situações:

a) Vantagem de espaço
O jogador que controla um espaço maior do tabuleiro (domínio de casas) tem uma grande vantagem. Ter vantagem de Espaço significa dominar linhas e casas, principalmente as do centro do tabuleiro.

b) Melhor mobilidade das peças
É o resultado de um melhor desenvolvimento de peças na fase inicial com um domínio das casa centrais, normalmente este item é obtido quando o jogador respeita na abertura os princípios básicos desta fase do jogo.

c) Estar com o rei em segurança
Precisamos manter o nosso rei em uma boa posição defensiva, evitando que o nosso adversário lance um ataque repentino e nos obrigue a fazer lances defensivos perdendo a iniciativa da posição.

d) Melhor coordenação das peças
Ao desenvolvermos as peças precisamos estar atento para que elas trabalhem em coordenação entre si, isto é que se complementem protegendo ou ameaçando casas.

e) Ter ´Tempo` de vantagem
Quando realizamos um lance e obrigamos o nosso adversário a realizar um lance de defesa ou para se prevenir de algo que o ameaçamos, dizemos que temos a nosso favor o fator ´tempo`, e assim manteremos enquanto for nós que direcionamos o rumo da partida, a partir do momento que não fizermos mais isto e for o nosso adversário que dará o rumo da partida, então teremos perdido o fator ´tempo`. Tempo é conservado movendo as peças a sua melhor casa no seu movimento inicial, e que ao movimentar peças elas mantenham uma coordenação de ação entre elas.

Formas de neutralizar a iniciativa do oponente:

Se seu adversário está em vias de conseguir a iniciativa da partida você deve verificar o que é necessário para ele obter a iniciativa e interromper seus planos.
Há posições onde um lado obtém a iniciativa, mas com uma boa defesa do oponente chegará um momento que ela se esgotará. O jogador Anand parece ser um especialista nestas posições, onde ele deixa o seu adversário ter a iniciativa e com uma defesa precisa em determinado momento ele virá o jogo a seu favor. Enquanto o aposentado Kasparov era um especialista em posições onde nunca se esgota a iniciativa.

Formas de perder a iniciativa:

Se durante a partida realizamos movimentos que respeitem o exposto abaixo, estaremos caminhando para perder a iniciativa.

a) Movimentos onde é forte o excesso de passividade, normalmente são lances defensivos totalmente desnecessários.

b) Violação de principios basicos de abertura.

c) O total ou nenhuma valorização dos lances inciais do adversario na fase incial.

d) O pouco ou nenhum conhecimento da abertura que está sendo jogada, desconhecendo os seus planos basicos e suas ´posições padrões`conhecida de partidas de GM.

e) Conhecimento da abertura e de suas ´posições padrões` e de seus planos estabelecidos, mas carece de tecnica de execução do plano correto.

QUANDO UM JOGADOR CONSEGUE LEVAR UMA INICIATIVA DE FORMA CONTÍNUA, CHEGA UM MOMENTO QUE SE ESGOTAM AS JOGADAS BOAS DO SEU ADVERSÁRIO.

Baseadas neste conceito existem muitas partidas (mesmo entre mestres) em que um dos jogadores se apodera da iniciativa desde a abertura e não a cede, mesmo que deva perder peças, fazer sacrifícios e buscar difíceis combinações; conseguindo obter a vitória se for capaz de manter um ataque contínuo, perdendo lamentavelmente se o outro consegue encontrar replicas justas que desbaratem seus planos. Porque todos os jogadores conhecem o valor da iniciativa, logicamente, desde a saída, e tratam de se opor a do rival.

Na terceira e ultima parte, farei uma analise do ´Valor da Iniciativa` no mundo dos GM.



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