16/10/08

O PENÚLTIMO CAPITULO DO DOSSIER ANTÓNIO FERNANDES

Caros amigos, publico o email que recebi hoje do GM António Fernandes.

A excepção que fiz até ao momento em todo este caso, foi a não publicação do email do Sr. Francisco Carapinha, da Associação de Xadrez de São Vicente (Cabo Verde).
Apesar, de ter tido conhecimento do seu conteúdo muitas horas antes da sua publicação por outros espaços da blogosfera portuguesa e ainda que estivesse devidamente autorizado a avançar com a postagem...
optei por não o fazer.
Concordo, quase na totalidade com o que foi escrito pelo dignissimo Sr. Francisco Carapinha, mas não me pareceu adequado o "tratamento" dado ao Presidente da Federação Portuguesa de Xadrez.

Tenho abordado este assunto por uma questão de justiça desportiva e procurava como aficionado do xadrez ver a melhor selecção nacional na Olimpiada de Dresden.
Para mim, a inclusão na equipa do GM António Fernandes e do MI Diogo Fernando era obvia até ao último prazo dado pela FIDE.

Assim não foi decidido pela direcção da FPX e se continuo a escrever sobre o assunto é por a questão não estar terminada e não me entra a mim na cabeça "abafar" o assunto só para não ferir susceptibilidades.
Outra coisa que não me passa pela cabeça é usar o Viriatovitch Chess para ataques cerrados à actual ou futuras Direcções da FPX.
Não concordo com muitas das decisões tomadas, principalmente com algumas que foram levadas a Assembleia Geral pelas Associações e votadas favoravelmente.
E aqui não vejo nenhuma culpa da actual Direcção da FPX.
E ainda outro aspecto da questão:
- Não vejo nehuma alternativa credivel à presente Direcção da Federação Portuguesa de Xadrez.
Mais do mesmo, mudando nomes e sendo outros a captar pequenos interesses faz-me pensar na alternativa dita democrática que temos tido em Portugal desde o 25 de Abril de 1974 na politica nacional "à portuguesa".

Sinceramente, considero o actual modelo instalado no xadrez em Portugal como esgotado e as alternativas poderão ter de passar pela mobilização dos xadrezistas para outros projectos tentando trazer gente nova para a modalidade e conseguir novos apoios.

Voltando ao caso Fernandes:
- Já foi quase tudo dito.
Quem está no xadrez deve assumir os feitos e os desastres.
De alguma forma, o Sr. António Bravo já reconheceu que se fosse hoje teria gerido a situação de maneira diferente.
Ainda assim, alguma compensação terá de ter o GM António Fernandes pela sua não inclusão na equipa olimpica portuguesa.

Passo à transcrição do email do GM António Fernandes, que deve ser lido atentamente devido a alguns pormenores.

Fiquem bem e até mais logo !

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ANTÓNIO FERNANDES - CAMPEÃO ABSOLUTO DE PORTUGAL EM 2008


"Exmos. Srs,

Passo a divulgar as diligências por mim efectuadas aquando do protesto enviado em Setembro passado (ver docs relativos ao protesto, em anexo), afim de esclarecer algumas dúvidas, suscitadas, acerca do mesmo. Também em anexo, envio, o documento (ver doc. Comunicado AF), por forma a explicar os procedimentos adoptados há alguns meses a esta parte (desconhecidos pela grande maioria dos elementos desta comunidade), e aqueles que irei adoptar segundo determinada condição.


Com os melhores cumprimentos,
GM António Fernandes"

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O GM ANTÓNIO FERNANDES ENVIA PROTESTO PARA A A.X.P.

Assunto Selecções Nacionais
De ANtónio Fernandes
Data Sexta, Setembro 12, 2008 2:12 am
Para Manuel Pintor, axp@axp.pt ,
Cc jca@zipnet.pt ,

"Boa noite Manuel Pintor,

Escrevo-te este email na sequência da nossa conversa telefónica e atendendo ao facto de seres tu o presidente da Associação de Xadrez do Porto, associação à qual estou filiado por intermédio do meu clube a Academia de Xadrez de Gaia.

De acordo com as últimas informações recebidas acerca das selecções portuguesas que representarão Portugal nas Olimpíadas de Dresden e de acordo com as explicações transmitidas hoje mesmo no site da FPX, venho manifestar o meu constrangimento pelas várias atitudes tomadas pela respectiva Direcção, a minha discórdia e obviamente o meu protesto caso se venham a confirmar as várias notícias veiculadas relativamente aos critérios adoptados.

Deste modo e caso se venha a confirmar alguma das afirmações transmitidas, tais como:

»» A validação de uma prova para efeitos de critérios de selecção, a qual ultrapassando os prazos
regulamentares estipulados, teve por objectivo o benefício de um jogador.

e o facto de,

»» A FIDE ter divulgado, atempadamente, em Junho passado que a da data limite de inscrição
das respectivas selecções seria a 12 de Setembro, ora sendo conhecimento de domínio público,
contrariamente à informação da data em que a FPX teve conhecimento, segundo se lê no site da
FPX, a mesma podia e deveria utilizar outros critérios para a formação das respectivas
selecções, incluindo nos mesmos, como sempre que possível se fez (como é o caso),
a contabilização dos últimos campeonatos nacionais disputados.

Numa situação destas, por favor, ao contrário do que a FPX informa no seu site as respectivas formações não se podem formar através de desistências mas sim através de critérios bem definidos e objectivos que a própria federação tem ao seu dispor. Nesse caso e na qualidade de Campeão Nacional, assiste-me o dever de reivindicar por direito próprio a minha integração na respectiva Selecção Nacional.


Com os melhores cumprimentos,
António Fernandes"

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A.X.P. REENVIA O PROTESTO DO GM ANTÓNIO FERNANDES PARA A F.P.X.

Assunto Fw: Selecções Nacionais
De Manuel Abranches Pintor
Data Sexta, Setembro 12, 2008 1:52 pm
Para António Bravo
Cc Jorge Antão, António Fernandes

Caro António Bravo:

Havendo lugar a um protesto sobre a constituição das selecções portuguesas para Dresden, abaixo transcrito, por parte do jogador n/filiado GM António Fernandes, cumpre-nos dar-lhe o seguimento adequado e solicitar uma resposta ao mesmo em tempo útil, seja dando-lhe provimento, caso sejam válidas as suas permissas, seja indeferindo-o se as mesmas não se confirmarem.

Com os m/cumprimentos,
Manuel Pintor
AXP- Associação de Xadrez do Porto
www.axp.pt


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F.P.X. INDEFERIMENTO AO PROTESTO

Assunto Re: Fw: Selecções Nacionais
De Antonio Bravo
Data Sábado, Setembro 13, 2008 2:15 pm
Para Manuel Abranches Pintor
Cc Jorge Antão, António Fernandes, António Bravo, Armanda Placido, David Barbosa, Jose Grade, Luis Alves, Luís Maninha, Mario Correia, Rui Henriques

"Caro Manuel Pintor,

Só hoje me foi possível escrever, de qualquer forma ainda em tempo útil, pois a FIDE e a organização das Olimpiadas não se estão a entender, provavelmente a FIDE estará a ser pressionada por Federações com peso, assim como nos estão a pressionar para voltar com decisões atrás.
A FIDE extendeu mais uma vez o periodo de inscrições "atrasadas" até 19 de Setembro.
Transcrevo o que está publicado relativamente ao assunto:
"De acordo com o regulamento, descrito no boletim nº1, publicado na página oficial das Olimpíadas, as inscrições terminavam a 12 de Julho.
Assim ficou decidido que só se considerariam competições até ao 31 de Maio
(prazo estabelecido para a contabilização de provas para a lista de elo FIDE de Julho),
para efeitos dos critérios das selecções olímpicas.
Foi considerada uma excepção para os torneios de Mestres e de Honra, que estando inicialmente calendarizados para Maio e tendo sido adiados por questões organizativas, não deveriam penalizar os jogadores pelo facto da prova não se ter realizado na data prevista, uma vez que seria a última oportunidade para alguns jogadores conseguirem a sua selecção. "

Posso ainda adiantar que as questões financeiras relativamente ao custo da nossa participação também tiveram influência nessa decisão, uma vez que a organização suporta os custos de alojamento e alimentação da comitiva, nessa matéria não poderiamos correr riscos.

Eu sempre tive em consideração o GM António Fernandes, no trato com ele, nunca tive razão de queixa, entendo que ele sinta frustação pois ainda o ano passado tinha sido convocado para representar Portugal em Espanha e para essa convocatória usaram-se os mesmos critérios. Agora deverá entender que houve uma decisão tomada objectiva e antecipadamente, em reunião de direcção, uma vez que é matéria sensível e os jogadores foram convocados e confirmaram. O GM António Fernandes, como foi campeão nacional em Setembro de 2008, exige agora que retiremos um jogador para o colocar a ele! É óbvio que quer jogar, mas esse direito nunca lhe foi negado, nem nas representações, desde que satisfaça os critérios. Agora a acusação: A validação de uma prova para efeitos de critérios de selecção, a qual ultrapassando os prazos regulamentares estipulados, teve por objectivo o benefício de um jogador " não é bonita e interpreto como um desabafo a "quente", tendo ainda em conta a minha consideração pelo GM António Fernandes e penso que a segunda parte da transcrição do que está publicado é clara sobre a matéria e responde à mesma. O GM António Fernandes, pelo seu currículo na modalidade impressionante e a sua importância na nossa modalidade, deveria ponderar antes de registar afirmações que não devem ser próprias de uma personalidade do nosso xadrez nacional.
Agora respondendo directamente ao que me pede não damos provimento ao solicitado. Estarei sempre ao dispor para dialogar com o GM António Fernandes, o meu contacto telefónico é o 93331----, uma vez que o meu número pessoal TMN de momento não está activo por avaria do meu telemóvel.

um abraço
abravo"


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O GM ANTÓNIO FERNANDES CONTESTA O INDEFERIMENTO

Assunto Fwd: Selecções Nacionais
De António Fernandes
Data Segunda, Setembro 15, 2008 2:56 am
Para Antonio Bravo,
Cc Manuel Abranches Pintor, Jorge Antão, Armanda Placido, David Barbosa, Jose Grade, Luis Alves, Luís Maninha, Mario Correia, Rui Henriques

"Boa noite António Bravo e demais Dirigentes,

Em primeiro lugar, devo referir que em conversa com o Presidente da AXP, Sr. Manuel Pintor, havia chamado a atenção para que o mesmo protesto deveria ser enviado a todos os Directores da FPX e não apenas ao seu Presidente, uma vez que se trata de um decisão da própria Direcção da FPX.
Enviei este protesto apenas para o Presidente da AXP por uma questão de respeito, o qual como filiado na respectiva associação me incumbia o dever de dar-lhe conhecimento por forma a formalizar oficialmente o protesto de acordo com a respectiva competência de funções e hierarquia dos respectivos orgãos e para o responsável do meu clube Academia de Xadrez de Gaia, em quem entendo o dever de manifestar as minhas tomadas de decisão de acordo com as funções que desempenho e no que respeita a esta modalidade que pratico no mesmo.

Em segundo lugar devo informar o Presidente António Bravo de que nem ele nem ninguém, nunca tiveram efectivamente razão de queixa da minha pessoa, uma vez que sempre, e digo sempre, joguei correctamente contra qualquer adversário que tive pela frente, no tabuleiro ou fora dele.
Relativamente ao trato com o actual Presidente, também eu próprio posso comungar da mesma reciprocidade ao longo dos anos que pratico esta modalidade e desde que o conheço também não tenho qualquer razão de queixa.
E reconheço efectivamente quais as pessoas que tentando dar o seu melhor, sacrificam a sua vida privada e muitas vezez a sua própria profissão em prol desta modalidade.
Por isso mesmo, tentei entrar em contacto telefónico, para tentar entender e esclarecer o que se estava a passar, antes mesmo de ter dado seguimento ao protesto efectuado.


Respondendo ao vosso email, devo dizer:

· Ponto 1 - Alteração de datas,
A informação de agora haver uma alteração da data para inscrição das equipas, é uma informação secundária e não tem rigorosamente qualquer relevância uma vez que evidentemente a organização necessita saber atempadamente a respectiva informação para quais os elementos de cada comitiva por forma a gerir obviamente a logistica e a organização da mesma.
Sempre foi assim e continuará a sê-lo, é perfeitamente normal, quem participa nas olimpíadas, sabe que assim o é e eu já participei em muitas. Inclusivamente pode ler-se no seu site oficial, que a própria organização da olimpíada aceita obviamente alterações da constituição das equipas até ao próprio dia, umas horas antes do início da mesma, na chamada reunião de capitães, como sempre ocorreu e continuará a ocorrer em todas as olimpíadas com alterações de várias selecções.

No link, http://dresden2008.de/english/index.php?option=com_content&task=view&id=154&Itemid=1
pode ler-se:

"For the first time, federations have to nominate their candidates until the fixed date of 12 September 2008. So far, changes in team compositions had been possible until a few hours prior to the beginning of the tournament."

Esta informação foi transmitida a 6 de Junho de 2008 !

Mas outros links também podem ser consultados, tais como:
http://dresden2008.de/english/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1&limit=10&limitstart=20
http://www.olimpbase.org/

· Ponto 2 - Quanto a,
"De acordo com o regulamento, descrito no boletim nº1, publicado na página oficial das Olimpíadas, as inscrições terminavam a 12 de Julho."

É verdade, estou plenamente de acordo, mas é uma informação ultrapassada, pois também é verdade que uns dias mais tarde, mais propriamente no dia 6 de Junho, como já referi, no mesmo site dessa mesma página oficial das Olimpíadas, essa mesma data foi corrigida para 12 de Setembro, o que efectivamente só se pode entender como tendo havido um erro de informação a qual não faria qualquer sentido, uma vez que a olimpíada só se irá realizar em Novembro e tal como em olimpíadas anteriores não faria qualquer sentido a data de Julho a qual obviamente iria por força das circunstâncias provocar inúmeras alterações.

Contrariamente à informação que a FPX, transmite no seu site, em que informa que só teve conhecimento dessa data em Agosto, a mesma não corresponde à verdade dos factos, pois, essa informação foi comunicada no dia 6 de Junho na mesma página oficial.
Devo chamar a atenção para que aquando desta informação, ainda não se sabia sequer as datas para a realização do Torneio de Mestres !

· Ponto 3 - Na explicação que passo a citar,
"Posso ainda adiantar que as questões financeiras relativamente ao custo da nossa participação também tiveram influência nessa decisão, uma vez que a organização suporta os custos de alojamento e alimentação da comitiva, nessa matéria não poderiamos correr riscos."
Peço desculpa, mas a mesma não tem qualquer fundamento e recordo que sabendo-se antecipadamente em Junho passado da data de 12 de Setembro, não existe qualquer possibilidade de correr riscos. Mais uma vez recordo que a inscrição de 6, 8, 10 ou mais pessoas de uma comitiva apenas tem a ver com uma questão logística, pois as constituições das respectivas selecções podem ser alteradas até no próprio dia do início da Olimpíada.

· Ponto 4 - No que se refere a um convite para uma representação por equipas para uma prova particular,
"...ainda o ano passado tinha sido convocado para representar Portugal em Espanha e para essa convocatória usaram-se os mesmos critérios."

Sinceramente não sei quais os critérios que foram utilizados, e segundo ouvi alguém comentar, na altura, não existem regulamentos próprios da FPX para representatividade em provas particulares, recorda-me que houve algum dos jogadores que não estava disponível e também que quando o convite me foi dirigido o aceitei de imediato.
Claro está que nem sequer ponho em causa qual ou quais os critérios utilizados, os quais como disse desconheço e também não me foram transmitidos, obviamente algum critério teve que existir com algum bom senso evidentemente.
No entanto se alguém se sentiu lesado perante tais critérios utilizados, penso que esse alguém deveria na altura protestar e defender os seus direitos, exactamente como eu o fiz, o faço e voltarei a fazer sempre que tomar conhecimento de irregularidades que infringem as regras, ou ultrapassados alguns critérios no que toca a este assunto das selecções, os quais sempre foram utilizados e continuam em vigor à várias dezenas de anos atrás .

· Ponto 5 - Relativamente ao Torneio de Mestres,
"...não deveriam penalizar os jogadores pelo facto da prova não se ter realizado na data prevista, uma vez que seria a última oportunidade para alguns jogadores conseguirem a sua selecção. "

Talvez por não ser o suficientemente explicito, não me fiz entender sobre o meu ponto de vista relativamente a esta prova.
O que se passa é que também aqui não posso concordar com o intuito organizativo desta prova, "fora de horas", em virtude de que efectivamente não se está a dar a tal oportunidade para alguns jogadores conseguirem a sua selecção uma vez que, passo a explicar: sendo eu próprio, o 6º jogador da lista em termos de performance, significa que seria o jogador com melhores oportunidades para aspirar à tal oportunidade, mas isso não corresponde de todo à verdade pois é tão simples como fazer as contas, suponhamos que eu ganhava o Torneio de Mestres com 100%, o mesmo não alteraria em nada as contas até aí efectuadas.
Conclui-se então que objectivamente não se está a dar as tais oportunidades a alguns jogadores, mas sim a um único jogador, por forma a activar o tal requisito minimo de partidas definido no regulamento.
Não importa sequer quem é, neste caso é o jogador Sérgio Rocha, mas podia ser outro qualquer isso não está em causa.
(Em conversa à pouco com o António Bravo, referiu-me que também o Diogo Fernando poderia ter aproveitado a tal oportunidade, uma vez que lhe faltava disputar um Torneio de Mestres e ainda não tinha participado sequer num Nacional)

Ainda sobre este caso, há a salientar a informação incorrecta divulgada por voçês, relativamente à lista de performances dos possíveis convocados, quando na mesma, e não sendo verdade constava o referido jogador com elo activo, ao contrário de outros jogadores que estavam em idêntica situação.
Devo no entanto dizer que considero que não é por um jogador ter menos uma partida que seja, que obviamente deixará de ter o seu valor para integrar uma selecção.


Resumindo:
Eu próprio me resignei na altura com as listas dos jogadores e de acordo com os critérios apresentados, como o António Bravo se recorda eu próprio estranhei as performances elaboradas e verificando alguns desses torneios em que participei, verifiquei que o Campeonato Nacional Absoluto de 2007 não estava a ser contabilizado para essa mesma lista, dando de imediato conhecimento ao Fernando Castro, o qual reconheceu a falha, tendo-o anexado posteriormente, mas segundo outras informações parece não ter sido o único.
Enfim, no que diz respeito a estes cálculos, considero que existem outras maneiras de efectuar os mesmos, também não concordo com algumas das ponderações em causa.
Sugeri ainda ao próprio Fernando Castro, o qual concordou inteiramente comigo, de que deveria existir alguém da Direcção da própria FPX para analisar, fiscalizar e confirmar os mesmos para evitar tais situações, falhas que possam acontecer inadvertidamente, disse-me ainda que a identificação das provas que constariam para a elaboração dessa lista eram da responsabilidade do António Bravo.
Posteriormente em conversa telefónica com o António Bravo, também lhe expliquei a situação, tendo-me informado na altura de que era o Fernando Castro a única pessoa que tratava da elaboração das referidas listas.
Questionando-o sobre o porquê de o Torneio de Mestres se realizar posteriormente a tal data limite, ser contabilizado para essa lista e as partidas efectuadas por mim no início deste ano para a Taça de Portugal, ou seja dentro desse prazo não o serem, tive por explicação de que a prova da Taça de Portugal só seria concluída no fim de semana, após o termino do Torneio de Mestres por isso não contaria e de que o Torneio de Mestres esse sim, porque era para ter sido realizado anteriormente.

Por outro lado e ao contrário da seguinte afirmação,
"...como foi campeão nacional em Setembro de 2008, exige agora que retiremos um jogador para o colocar a ele..."

Não foi por isso António Bravo, senão mesmo no próprio dia de encerramento, como tu me conheces bem, sabes que ter-te-ía informado na hora, como o fiz acerca de outro tema, mas não, embora discordasse, eu estava consciente dos critérios aplicados e da data a que a FPX havia entregue a constituição das equipas.
O que aconteceu, foi posterior e apenas quando algumas pessoas me deram conhecimento de erros cometidos pela Direcção da FPX, principalmente pelo facto de terem utilizado os respectivos critérios com base na data de inscrição de 12 de Julho, a qual houvera ficado ultrapassada à partida uns dias mais tarde pela data de 12 de Setembro.
Eu próprio, como já disse havia ficado resignado pelo simples facto de estar baseado em pressupostos incorrectos que voçês nos transmitiram.
Agora não deixa de ser um erro grave, devido a alguma inexperiência da vossa parte, quando voçês reconhecem ter conhecimento só em Agosto desta alteração de datas a qual, como já disse, estava na página oficial da olimpíada desde o dia 6 de Junho !

O assunto sobre o Torneio de Mestres, como já expliquei atrás, apenas discordei, sobre o propósito de validação do mesmo, e isso sim quer se queira ou não, não havia a tal última oportunidade para alguns jogadores mas, sim e apenas dois jogadores poderiam ser "beneficiados", com a validação do mesmo, não através de resultados desportivos mas, simplesmente através da sua presença no mesmo, mas isso, efectivamente, é apenas um caso secundário uma vez que o que está em causa é a questão do pressuposto de uma data de inscrição incorrecta sobre a qual a Direcção da FPX se baseia para divulgar precipitadamente a lista dos convocados, após mais de um mês de ser conhecida a data de 12 de Setembro.
Impossibilitando dessa forma a contabilização das restantes provas e principalmente os campeonatos nacionais que seriam disputados dentro dos prazos, os quais em circunstâncias idênticas a esta situação sempre foram contabilizados para efeitos de constituição da selecção, digo sempre, pois que me recorde sempre foi assim. Informação esta que pode ser corroborada por anteriores dirigentes, capitães de equipa e jogadores de olimpíadas.

No que toca a exigências, eu não quero que retirem um jogador para me colocar a mim, o que eu exijo é que assumam o erro cometido e o corrijam, cumprindo os respectivos regulamentos e os critérios de selecção ao dispor, com base na data de 12 de Setembro para respectiva inscrição dos jogadores.
Se repararem bem, verificam que, não é apenas o António Fernandes que está em jogo mas também o Diogo Fernando, o qual passa a cumprir os requisitos de participação num dos dois últimos campeonatos nacionais.

Penso que seria útil questionarem algumas pessoas com mais experiência no que respeita a este tema, tais como jogadores de olimpíadas e inclusivamente ex-dirigentes que tiveram nas mãos problemas semelhantes para resolver.

Agora sim, em tom de desabafo e conhecendo bem alguns dos Directores desta FPX, não posso acreditar que exista consenso na sua plenitude por parte de todos relativamente a esta tomada de decisão.

Com os melhores cumprimentos,
António Fernandes"

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COMUNICADO DO GM ANTÓNIO FERNANDES À F.P.X.

"Irregularidades na Constituição das Selecções que Representarão Portugal nas Olimpíadas de Dresden 2008

A questão essencial é a legalidade de todo o processo, isto é, o cumprimento ou não de todas as disposições legais estatutárias e regulamentares.
No entanto, devido à confusão existente na comunidade xadrezística, incluindo a Blogosfera, venho por este meio esclarecer algumas questões que considero essenciais para melhor compreensão das acções e comportamentos da Direcção da FPX e do seu Presidente.

Passo a expor:

Sobre o actual tema e questionado, por várias pessoas, se havia tomado alguma iniciativa previamente, passo a divulgar os seguintes documentos
(ver docs. Protesto enviado para AXP; AXP reenvia protesto para a FPX; FPX indefere o protesto; AF contesta indeferimento, em anexo),
relativos ao protesto que efectuei, após ter tomado conhecimento de várias irregularidades por parte da Direcção da FPX.

Tendo em atenção que algumas pessoas emitiram alguns comentários, por desconhecerem efectivamente os procedimentos adoptados por mim e por outras pessoas desde há alguns meses a esta parte, julgo necessário explicar:

Em Julho passado, após tomar conhecimento da lista relativa às performances que a Direcção da FPX divulgou, estranhando as minhas performances e após efectuar uma breve análise sobre a mesma, encetei um diálogo com o Sr. António Bravo
(Presidente da Direcção da FPX)
por discordar do que ali constava, tendo sido informado de que os cálculos que davam origem a essa lista eram efectuados pelo Sr. Fernando Castro.
No dia 15 de Julho, dirigi-me àquele dirigente, questionando-o sobre algumas irregularidades dessa lista
(entenda-se: ficheiro de performances),
de que discordava.
Tão simplesmente, havia verificado que nos cálculos relativos às minhas performances não estavam contabilizadas as partidas para a Taça de Portugal, que eu disputara em Fevereiro deste ano.
Estranhando o facto, prontamente discordei e questionei o Sr. Fernando Castro sobre a razão de tal procedimento, apercebendo-me, ainda por cima, de que o Torneio de Mestres, contra os critérios estipulados previamente pela Direcção da FPX, estava (esse, sim) a ser contabilizado.
Fui então informado pelo Sr. Fernando Castro de que a definição das provas que entravam para efeitos de cálculo para a referida lista de performances era da responsabilidade da Direcção da FPX.
Questionando de seguida o Sr. António Bravo o porquê desse procedimento, foi-me explicado, como vocês já sabem, que o Torneio de Mestres era para ter sido….,
e que a Taça de Portugal tinha terminado no fim-de-semana após o Torneio de Mestres. Logo respondi que não concordava, pois a minha equipa tinha sido eliminada nessa altura, início do ano, como tal essas partidas deveriam ser contabilizadas para essa lista.

Antes de mais, quero deixar uma palavra de apreço para a pessoa do Sr. Fernando Castro o qual, disponibilizando parte do seu tempo, com sacrifício da sua vida pessoal, dedicou-se sozinho à realização destes cálculos.
Tenho-o na conta de pessoa idónea, isenta e responsável; no entanto, como humanos que somos há sempre a possibilidade do erro...
Ora, apercebendo-me de que poderia haver outras anomalias, pedi-lhe no dia 17 de Julho que me facultasse os dados dos 6 jogadores seleccionáveis com que foi elaborada essa lista.
A bem da verdade, devo dizer que, até ao dia de hoje, a mesma não me foi facultada, apesar da minha insistência, p. ex. em email enviado a 18 de Julho, no qual escrevi:

“Relativamente ao ficheiro que te pedia é o ficheiro de dados que tiveste de trabalhar para obter este que me enviaste ou então falta alguma worksheet neste ficheiro, pois os dados
(elo dos adversários, pontos obtidos, etc)
que originaram as performances apresentadas não aparecem.”.

Mas, uma vez mais, o ficheiro que me foi enviado foi o mesmo de sempre, relativo às performances, a que todos tivemos acesso, e não os dados pedidos ou os cálculos detalhados.
Inclusivamente, detectei que, nessa mesma lista
(a qual, de acordo com os critérios estipulados, serviu para a elaboração dos jogadores seleccionáveis),
não tinha sido contabilizado o campeonato nacional de 2007.
Mesmo sem ter acesso aos dados detalhados, acabava de confirmar que efectivamente havia erros nessa lista, o que em meu entender deveria ser suficiente para que alguém da FPX se dignasse conferi-la.
Posteriormente, em conversa com o Sr. António Bravo, disse-lhe que considerava ser necessário encarregar, pelo menos, duas pessoas de analisar os cálculos divulgados, por uma questão de garantia, uma vez que estamos a tratar da formação das selecções nacionais.
Mas, para a Direcção da FPX, essa sugestão parece ter sido considerada como secundária ou mesmo inapropriada, sem que, todavia, tenha sido adoptada uma solução alternativa para confirmar as performances apresentadas nesse ficheiro. Relativamente a este assunto, fui informado, pelo Sr. Fernando Castro, no dia 19 de Julho, que:


“Quanto ao Nacional Absoluto, falta de facto.
Não sei explicar porquê, pois eu verifico jogador a jogador quando sai a lista ELO e só posso admitir que, por qualquer atraso
(envio tardio para a Fide),
não estivessem os cálculos disponíveis.
Para evitar este tipo de situações desagradáveis, era essencial que quer o seleccionador nacional quer os atletas verifiquem atentamente as contas, tal como tu estás agora a fazer.
De qualquer forma já incorporei esses cálculos na folha.
Não alteram nada de substancial, quanto às selecções para a Olimpíada, mas é fundamental esta correcção, até para futuras selecções.”


Por outro lado, parece-me muito grave que a Direcção não cumpra os seus próprios regulamentos, a começar pela obrigação de nomear um seleccionador.

Considero ainda que, não falando de critérios, mas analisando o caso à luz dos regulamentos e no momento a partir do qual me considero lesado, me assiste o dever de reivindicar os meus direitos, que foi exactamente o que eu fiz.

Assim, não posso aceitar a decisão da Direcção da FPX, que se baseou numa lista de performances errada para a elaboração dos jogadores seleccionáveis, devido:

- à não contabilização das partidas disputadas nas provas que estavam de
acordo com os critérios definidos;

- à contabilização de provas que não estavam inseridas nesses critérios;

e, ainda mais grave,

- à falta de fiscalização dessas mesmas listas.

Considero que deve ser a Direcção da FPX, e não os jogadores, a assegurar a exactidão desses cálculos; mas, mesmo que esse dever recaísse sobre os jogadores, neste caso nem isso seria possível, uma vez que foi escamoteada a informação-base, que deveria ser transparente e divulgada na própria página da FPX.

Não posso aceitar que a mesma Direcção da FPX venha defender que o site da organização de uma olimpíada não é fonte oficial, quando na mesma são publicitados comunicados pelas altas individualidades da própria FIDE
(e, como todos sabem, sempre assim foi). Aliás, a Direcção da FPX procede de idêntica forma, não consta que, a esse respeito, tenha sido suscitado qualquer problema....

Não têm de ser os xadrezistas a procurar tomar medidas, adoptar procedimentos e informar a própria Federação sobre quais as últimas novidades, quais os “timings”, quais os prazos a cumprir e quais os regulamentos em vigor. Pelo contrário, é a Direcção da Federação que tem o dever de se informar sobre tudo o que respeita ao exercício das suas atribuições e competências.

Não posso aceitar que a mesma Direcção da FPX venha afirmar que, por motivos financeiros, não corrige, alterando, a selecção apressadamente designada porque, segundo diz:
“…a direcção decidiu, que a convocatória seria definitiva, até para salvaguardar as questões financeiras relativamente ao custo da nossa participação que também tiveram influência nessa decisão, uma vez que a organização suporta os custos de alojamento e alimentação da comitiva, e nessa matéria não poderíamos correr riscos.”

É totalmente falsa esta afirmação, porque o que estava em causa, tanto na data de 12 de Julho como na de 12 de Setembro, era a inscrição da própria FPX nas olimpíadas, não a indicação concreta dos jogadores que fariam parte da sua selecção.
Como já afirmei, e repito, a mesma inscrição pouco mais é do que mero pro-forma, uma vez que a indicação dos jogadores pode ser alterada na reunião de capitães, horas antes do início da competição.
Porque é que os Directores da FPX não se informam, ou não querem informar-se com quem sabe, perguntando, entre outros, ao Sr. Joaquim Durão, ex-presidente, ex-olimpíco, ex-delegado à FIDE, jogador e capitão, o qual tem experiência mais do que suficiente para informar correctamente os mesmos?

Não posso aceitar que a Direcção da FPX venha dizer que:


“Obviamente, que os regulamentos do boletim 1 é que pressionaram uma decisão da direcção, com tanto tempo de antecedência.
Claramente que a direcção preferiria ter considerado também os nacionais femininos e absolutos da época de 2007/08, mas existiram outras questões, já referidas, que tiveram também de ser salvaguardadas.”


Parece que infelizmente a nossa Direcção da FPX se sentiu pressionada, pelos vistos deve ter sido a única a sentir tal pressão.
Será que existiram outras questões, já referidas, que tiveram também de ser salvaguardadas, ou ainda falta referir outras?

Devo ainda recordar que, em conversa telefónica com o Sr. Presidente António Bravo, quando lhe disse que só poderia aceitar uma falha destas por uma questão de inexperiência, o mesmo afirmou-me prontamente que era isso, era a primeira vez que se deparava com uma situação destas.
Mas, é de recordar
(e já alguém o fez)
que, quando, em 2004, a comissão administrativa tomou a decisão de inviabilizar, por questões financeiras, a representação portuguesa às Olimpíadas de Calviá, por minha iniciativa, questionei a Federação se poderíamos ir no caso de conseguir arranjar algum patrocínio ou, em último recurso, se pagássemos do próprio bolso as respectivas deslocações.
Efectivamente acabámos por ir e pagámos do nosso bolso, em nome da FPX e em representação de Portugal.

Mas a situação mais polémica aconteceu quando para a selecção feminina foi convocada a jogadora Sofia Henriques em detrimento da então campeã nacional Catarina Leite. Também nessa altura o Presidente dessa comissão administrativa, que era o Sr. António Bravo, disse que a decisão estava tomada, mas também se viu forçado a voltar com a palavra atrás, quando, após a recepção da pronúncia do Conselho Jurisdicional, acabou por integrar a jogadora Catarina Leite, levando a outra jogadora a passear até Calviá, como a própria comentava, por forma a minimizar o erro cometido pela comissão administrativa.

Por tudo isso, o Sr. Presidente não tem desculpa para persistir no erro.

Quando, durante a mesma conversa telefónica, me diz que a falha sobre o erro de partidas do jogador Sérgio Rocha se deveu possivelmente ao facto de se estar a contabilizar conjuntamente as partidas para Elo nacional e as partidas para Elo FIDE, as quais segundo os critérios definidos apenas estas eram válidas...
não deixa de ser uma explicação interessante, mas então deve ser feita uma outra pergunta: porque é que esse mesmo erro só foi cometido neste caso específico, não se tendo propagado à generalidade dos jogadores?...

Acontece que eu jogo xadrez há 38 anos e, fazendo minhas as palavras do GM Luís Galego, também “…nunca vi nada assim”.

Gostaria ainda de lamentar a tomada de posição de algumas pessoas, incluindo alguns dirigentes ou titulares de cargos associativos, algumas das quais, jogando na sombra, se refugiam atrás de um silêncio ensurdecedor, optando pela indiferença, esperando beneficiar directa ou indirectamente de um erro cometido por uma Direcção, ao mesmo tempo que tentam, por todas as formas, inviabilizar o esclarecimento da situação.

Devo, acima de tudo, os meus agradecimentos, individualmente a todos aqueles que em Portugal ou no estrangeiro, tudo têm feito em prol da verdade desportiva e da transparência; às respectivas Associações que subscreveram a Convocatória, a pedido da Associação de Xadrez do Distrito de Faro
(a esta em particular pela sua iniciativa),
de uma Assembleia-Geral da FPX.
Adoptando atitudes e procedimentos, permitindo que o assunto em causa fosse esclarecido por todos.
A todos esses que deram, dão e continuarão a dar a cara, porque acreditam na verdade, na justiça e no Xadrez em Portugal, o meu Obrigado.

Por tudo isto, tenho de informar que, caso a decisão da Direcção da FPX não seja reversível, terei de instaurar ou pedir a instauração dos devidos procedimentos
(de natureza judicial, inclusive)
contra a Federação Portuguesa de Xadrez, os seus órgãos e respectivos titulares envolvidos, a começar pelo Presidente da Direcção.

Era isto que precisava de divulgar, para melhor compreensão de toda a questão olímpica em que me encontro envolvido, esperando que esta situação lamentável e escusada possa, ainda, ser resolvida da melhor forma.


GM António Fernandes
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