27/12/07

A ESCOLA DA COMBATIVIDADE


FRANK JAMES MARSHALL

Nasceu a 10 de agosto de 1877 e faleceu a 9 de Novembro de 1944.
Venceu o Campeonato dos Estados Unidos da América de 1909 a 1935 !
Perdeu o titulo para o grande Samuel Reshevsky.
Seguidor da mesma escola do seu compatriota Pilsbury;
A escola da combatividade.
Ataque desde qualquer posição e a qualquer preço !
A violência extrema das suas partidas, está bem patenteada no próximo exemplo:

Stepan M Levitsky - Frank Marshall
DSB-18.Kongress Breslau (6), 1912
ECO: B40

1.e4 e6 2.d4 d5 3.Cc3 c5 4.Cf3 Cc6 5.exd5 exd5 6.Be2 Cf6 7.0-0 Be7 8.Bg5 0-0 9.dxc5 Be6 10.Cd4 Bxc5 11.Cxe6 fxe6 12.Bg4 Dd6 13.Bh3 Tae8 14.Dd2 Bb4 15.Bxf6 Txf6 16.Tad1 Dc5 17.De2 Bxc3 18.bxc3 Dxc3 19.Txd5 Cd4 20.Dh5??; O lance da partida.


20.Dh5??; 20.De4!

[ 20.De4! Tf4 21.De5 h6 22.f3 exd5 23.Dxe8+ Rh7 24.Dd7 Dc4 25.Dxb7 Ce2+ 26.Rf2 Dd4+ 27.Rxe2 Dc4+, com empate. ]

20...Tef8 21.Te5 Th6! 22.Dg5 Txh3 23.Tc5;

[ 23.Te4 Th6 24.Rh1 Cxc2 25.f3 Dd3 26.Dc1 Td8 0:1 ]

O próximo movimento das negras é fabuloso !
Estão na posição, os motivos que o permitem.
Conseguem ver ?

JOGAM AS NEGRAS...




23...Dg3!!

24.Abandona
0-1
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ONDE ESTÃO AS PEÇAS - Parte 2

Os espectadores costumam ficar maravilhados com os lances dos melhores xadrezistas.
Mas, praticamente qualquer aficionado que estivesse a ver a oitava partida do encontro para o Campeonato do Mundo de 1990, ficaria mudo com o que se passou...


Anatoly Karpov - Gary Kasparov
Campeonato do Mundo de 1990
Jogam as brancas


Anatoly karpov, com uma excelente posição, inclusivé com possibilidades de dar mate na coluna "h", e 13 minutos para realizar 9 movimentos, pensou durante 3 minutos e jogou:

1.Bd2??;
Quando o lance apareceu no enorme tabuleiro electrónico, o GM Valéri Salov, entre outros, assegurou que se tratava de um erro técnico.
"Ali estava eu, um conhecido GM e não podia explicar aos espectadores o que as brancas pretendiam responder a 1...,Txd5.", recorda Salov.
Não existia resposta !

Karpov, explicou depois que tinha calculado, 1.Bf4, com a ameaça, 2.Bd2! e 3.Th1 com mate.
Chegou à conclusão de que, 1...,Bd6, era forçado e então, 2.Bd2!, ganhando material (2...,Cb7 3.Txa7; 2...,Bc7? 3.Bc3).

Já que podia ter conseguido uma posição ganhadora, uma boa técnica de cálculo exigia que Karpov revesse a sua variante uma vez mais e pergunta-se a si mesmo:
"Onde estão as peças ?" na posição final.
Se, o tivesse efectuado, Karpov teria visto, 1...Txd5, que por pura sorte, só deu o empate ao seu rival.

A ideia ganhadora melhorada que Karpov não viu era:
1.Bc1! (1...,Bf8 2.Bb2,Bg7 3.Bf6!), com a victória das brancas.
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