08/07/08

AS MINHAS RECORDAÇÕES DO SR. VASCO SANTOS


VASCO SANTOS - JORNALISTA, MESTRE E DIRECTIVO DE XADREZ


Conheci o malogrado Vasco Santos no meu primeiro campeonato nacional de xadrez (juvenis).
Estivemos mais de uma hora a jogar rápidas e fiquei impressionado com o seu discurso motivador para um jovem que, dizia ele ter talento, mas estar um pouco longe das "capitais do xadrez".

Repetimos, a amena jogatana dias depois, por menos tempo e notei que já tinha absorvido a essência do seu jogo sendo para mim o resultado final mais satisfatório.

Dois anos mais tarde, em almoço com elementos da minha equipa de xadrez da altura (Núcleo de Xadrez da Marinha Grande / Sport Operário Marinhense), não hesitou e na frente de todos convidou-me a jogar pelo Sport Lisboa e Benfica.
Recusei, pensando na época, dar assim uma prova de fidelidade ao grupo onde estava inserido e que de alguma forma via como familia.

Este posição a mantive em várias ocasiões respeitando sempre a equipa pela qual estava inscrito, mesmo que o convite viesse, por exemplo, de elementos do Boavista F.C.

Mesmo depois, de anos antes me terem feito a "brincadeira" de me reduzirem em 400 pontos o elo que tinha num torneio interno que abandonei; depois de ter vencido duas partidas (Carlos Dias e Manuel Carvalho) e empatado uma (José Ribeiro); quebrei uma vez esta "regra" com um "regresso a casa" ao sair de 1º tabuleiro do A.C.R. Vale de Cambra, onde fui muitissimo bem tratado pelo Dr. Nogueira, para voltar a representar o Sport Operário Marinhense...

Essa foi a minha segunda tentativa de reconciliação e paguei-a cara.
Ainda assim...
Muito mais "barata" me ficou a primeira tentativa, a tal dos pontos elo perdidos.
De qualquer modo, não guardo ressentimento e desse veneno não beberei.

De Vasco Santos...
Muitas vezes, me recordo deste Homem, com o seu discurso directo, frontal e sem "papas na lingua".

Caro amigo Vasco Santos, dos seus conselhos não segui nenhum, mas, com a idade que hoje tenho, reconheço toda a razão das suas palavras e outra história estaria hoje aqui a contar, se deles tivesse feito mais caso.

Não, para já, mas, daqui a muitos anos, espero voltar a ter a possibilidade de jogar xadrez consigo em outra tranquila cavaqueira.

Até lá, fica a memória...



A RELIGION CALLED BENFICA
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