Ao longo dos anos em que tenho trabalhado na área da formação é com alguma tristeza que observo a quantidade de jovens talentosos que surgem na modalidade mas que com o evoluir da idade decrescem o seu nível de jogo em termos internacionais.
Culpa de quem?
Mais do que procurar a culpa, penso que nos devemos concentrar em encontrar a solução e de uma vez por todas abandonar conceitos minúsculos que existem no centro de decisões do xadrez nacional: a Assembleia Geral da FPX.
Será assim tão difícil compreender que a melhoria generalizada do xadrez nacional conduz a uma melhoria do xadrez a nível distrital e clubístico?
Alguns dirão que há muita coisa a fazer, opinião que eu corroboro vivamente, mas o certo é que é muito raro aparecerem propostas concretas e exequíveis de reformulação do que quer que seja.
Deste modo lanço aqui o repto a uma reformulação radical em duas áreas que considero de extrema importância para uma evolução do xadrez já a curto e médio prazo:
1. Os campeonatos nacionais de jovens;
2. As taxas de filiação
No primeiro exemplo, urge clarificar o processo de apuramento dos respectivos campeões nacionais jovens, que obviamente não pode ser decidido com base no Bucholz, sendo o caso dos femininos ainda mais ridículo, dado que muitas das vezes as jogadoras nem se defrontam entre si.
Desta forma, considero que o actual modelo serviria apenas de apuramento para uma final onde estariam os melhores a decidirem entre si o título num torneio fechado de partidas lentas. Assim, o torneio absoluto apuraria os oito primeiros e o torneio feminino as quatro primeiras.
E se o argumento para evitar isto for a falta de calendário torna-se claro que esta final poderia ser disputada imediatamente após o final do ano lectivo.
No caso do segundo ponto é óbvio, o ridículo que é as taxas de filiação, até para os que surgem de novo na modalidade.
Com que cara é podemos pensar em patrocínios e apoios e etc…se por vezes nem as pessoas que praticam a modalidade querem ouvir falar em aumento das taxas de filiação e protegem-se com o argumento que essa medida iria fazer com que alguns jogadores abandonassem a modalidade?!?!! Mas as pessoas jogam xadrez porque gostam ou porque a taxa de filiação é ridiculamente baixa?
E porque razão é que tem que ser os clubes, ou pior ainda, as Associações a pagar as taxas de filiação dos jogadores? Haja paciência…
Já que em Portugal se gosta de copiar outros modelos, deixo o exemplo francês, em que para jogar a liga na 1ª divisão paguei do meu bolso os respectivos quarenta e dois euros da taxa de filiação.
Assim, proponho que as taxas de filiação de um clube sejam no mínimo de cem euros e que as taxas individuais variem entre doze e vinte e cinco euros (depois discute-se a divisão associações, FPX e se seria exequível incluir algo nesses 25 euros como por exemplo uma publicação regular).
No último artigo que apresentei tinha deixado o desafio aos leitores no sentido de descobrirem onde é que o rei preto vai ser executado e quem se move para dar o xeque final, pelo que apresento a respectiva solução:
1.Cd2+, Ra2 2.Cc3+, Ra3 3.Cb1+,Rb4 4.Ca2+, Rb5 5.Ca3+, Ra6 6.Cb4+, Ra7 7.Cb5+, Rb8 8.Ca6+, Rc8 9.Ca7+, Rd7 10.Cb8+, Re7 11.Cc8+, Rf8 12.Cd7+, Rg8 13.Ce7+, Rh8 14. Rg3# 1-0
Sem comentários:
Enviar um comentário